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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dúvidas íntimas


Quantas vidas vivi desde que você se foi? Quantos sorrisos apaguei? Com quantas mentiras convivi? Quantos planos refiz? Quantas voltas eu dei? Quantas guerras, peregrinações, desertos, céus e mares eu suportei e alcancei para ver, ao menos, sua sombra ínfima? Em quantas ocasiões eu revi o seu rosto, o seu corpo, o seu cheiro e o seu gosto? Não sei nem quantas noites em claro passei. Quantas dúvidas guardei? Quantas fantasias suas criei? Em quantos bailes adentrei só para ver você sorrir sobre o meu desconforto? Quantos versos rabisquei, quantas estrofes cantei, quantos acordes toquei só para sentir você, longe, mais perto? Quantas recordações eu não freei? Quantas leis infringi? Quantos pecados cometi? Quantos sacrilégios me submeti? Por que meu coração é seqüestrado por seu linguajar pérfido? Por sua insanidade? Quantos milhares de tesouros eu fui e sou capaz de perder por você? Para quantos deuses, anjos e santos orei para que o mal não te consumisse? Quanto de infelicidade cruzei, assisti e senti? A minha dor. Mas isso é tudo tão efêmero, sim, comparado as minhas horas de amor por você e aos seus segundos de amor por mim.

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